A importância dos minerais aos ruminantes
A importância dos macros minerais
As funções básicas dos
minerais essenciais, podem ser divididas em
três grupos principais:
No primeiro grupo estão as
funções relacionadas com o crescimento e mantença dos tecidos corporais;
No segundo estão as funções da
regulação dos processos corporais dos animais;
No terceiro grupo estão as
funções de regulação na utilização de energia dentro das
células do corpo.
CÁLCIO E FÓSFORO (Ca E P)
O Cálcio além de essencial
para formação do esqueleto, entra na composição do leite, coagulação do sangue,
regulagem dos batimentos cardíacos, manutenção e excitabilidade neuromuscular,
ativação de enzimas e manutenção da permeabilidade das membranas.
O Fósforo além de compor o
esqueleto participa na manutenção
dos microrganismos do rúmen, ajuda na absorção dos
carboidratos, transporta os ácidos graxos (fosfolipídios) e desempenha papel importante
na absorção e metabolismo da energia.
É de fundamental importância
que Cálcio e Fósforo mantenham uma relação de aproximadamente duas
partes de Cálcio para uma de Fósforo.
Os bovinos toleram
relações mais altas desde que não ocorra deficiência destes
minerais na dieta, desde que não ocorra deficiência de vitamina
D, importante para absorção e deposição do cálcio no tecido
ósseo.
A deficiência de cálcio é rara
em gado de corte, pois as
forrageiras apresentam níveis relativamente altos deste
mineral.
No gado
leiteiro de alta produção a deficiência é mais frequente.
O sintoma mais evidente da
deficiência é o raquitismo em animais jovens e a osteomalácia em
animais adultos.
O raquitismo é uma má formação dos ossos onde
os animais apresentam inchaço das juntas, e engrossamento das extremidades
dos ossos, arqueamento do dorso e enrijecimento das pernas.
Em casos deficiência mais acentuada apresentam
joelhos curvados e pernas arqueadas.
A osteomalácia cálcio e fósforo são retirados
dos ossos sem que ocorra a reposição, tornando-os fracos
e quebradiços. A exigência maior aparece no final da gestação
e durante a lactação.
Os principais sintomas de deficiência de Fósforo são:
Anorexia (redução do apetite);
Depravação do apetite, o animal come ossos (o que pode levar
a botulismo) madeira, terra e outros matérias;
Baixos índices de fertilidade, resultando em maior intervalo entre
partos e menor número de crias por ano;
Redução dos índices produtivos como: produção de leite, ganho de peso e
conversão alimentar;
A deficiência de fósforo constitui um dos mais sérios problemas
da nutrição dos ruminantes, uma vez que as pastagens são muito
deficientes neste mineral;
Os altos níveis de ferro e alumínio acentuam a deficiência do
fósforo por formarem complexos insolúveis.
MAGNÉSIO (Mg)
A deficiência de Magnésio é
rara, uma vez que este mineral é abundante na maioria dos alimentos.
Um valor de 70% do Mg corporal
está presente no esqueleto.
As principais funções estão
relacionadas ao metabolismo de carboidratos e lipídios,
catalisadores de vários sistemas enzimáticos, oxidação celular e
atividade neuromuscular.
O sintoma típico da
deficiência de Mg é a tetania das pastagens.
Animais velhos apresentam
maior dificuldade de mobilizar Mg dos ossos e são mais susceptíveis à tetania.
POTÁSSIO (K)
O Potássio é o principal
mineral onde atua na atividade muscular.
É importante ainda no balanço
osmótico, equilíbrio ácido-base, balanço hídrico corporal.
As pastagens tropicais
geralmente são ricas em potássio e a maior parte do K ingerido é
reciclado pela urina.
A deficiência de K pode
aparecer em animais com dietas a base de feno, silagem e forrageiras
de corte que não recebem adubação com este elemento.
É mais frequente em animais
confinados, pois os grãos são relativamente pobres neste mineral.
Animais em condições de
estresse, perdem mais K pela urina, portanto neste caso a dieta
deve conte maiores níveis do mineral.
SÓDIO E CLORO (Na, Cl)
O Na junto com o K possui a
função de manter a pressão osmótica equilíbrio ácido-base.
Desempenham papel importante a
nível celular, no metabolismo da água,
na absorção
de nutrientes e na transmissão de impulsos nervosos.
O Cl é componente do ácido clorídrico do suco gástrico.
O Na é considerado o elemento
mais deficiente entre todos os minerais essenciais aos
ruminantes, uma vez que os alimentos são pobres e o organismo não possui
reservas deste mineral.
Possui papel importante
na manutenção da atividade dos microrganismos do rúmen pelo eficiente
poder tampão que exerce.
A suplementação de sódio deve
ser contínua para os ruminantes e o consumo voluntário
é aproximadamente 1000 ppm de Na, o que representa 10 g do mineral para
cada 10 kg de matéria seca consumida, resultando em um consumo
de 27 g de NaCl por dia.
O sal comum (NaCl) é o
principal regulador do consumo da mistura mineral.
Portanto misturas
com alta concentração de Na Cl, resultam em baixo consumo
pelos bovinos.
Isto explica também a ineficiência do fornecimento de Na Cl
separado dos outros minerais.
ENXOFRE (S)
A principal função do S, para
os ruminantes, está relacionada à síntese de aminoácidos no rúmem, às vitaminas
e síntese do ácido Propiônico.
Para uma eficiente utilização do
nitrogênio não proteico (NNP) pelas bactérias do rúmen, deve haver
uma relação de 1 (uma) parte de S para14 (quatorze) partes de Nitrogênio
da dieta.
Para obter esta
proporção recomendamos substituir 10% do peso da ureia utilizada na alimentação
dos bovinos, por sulfato de amônia.
IMPORTÂNCIA DOS MICROMINERAIS
COBALTO (Co)
O Cobalto é importante para os
microrganismos do rúmen na síntese de vitamina B12. Os ruminantes
são totalmente dependentes da capacidade dos microrganismos em
sintetizar a vitamina B12.
Em sua ausência ocorre uma
elevação do nível do propionato no organismo e o animal
perde apetite, resultando em anemia, pelos
ásperos, engrossamento da pele, perda de peso e morte.
No Brasil estes sintomas são comumente denominados mal do colete,
peste do secar, mal de fastio.
As deficiências menos
acentuadas acarretam em maiores prejuízos, pois o pecuarista
dificilmente constata o fato.
Níveis menores que 0,1 ppm de Co na matéria seca da pastagem pode levar
a deficiências generalizadas quando os animais não são suplementados.
ZINCO (Zn)
O Zinco está envolvido com síntese de proteína e metabolismo
de carboidratos.
Potencializa os efeitos dos hormônios FSH e LH o transporte
e utilização da vitamina A.
As Pastagens tropicais, principalmente as do gênero Braquiária apresentam
baixos níveis de Zn no tecido.
No Brasil Central constatamos níveis médios de 5 a 10 ppm na
matéria seca, para uma exigência de 50 ppm e nas pastagens de
Rondônia encontramos a metade disto.
Os sintomas mais típicos da deficiência estão relacionados com anormalidades
na pele devido a presença de Zn em maior quantidade nesta
região.
FERRO (Fe)
O Ferro é o principal componente da hemoglobina e mioglobina, está ligado
ao transporte e armazenamento de oxigênio para respiração celular.
As pastagens geralmente apresentam altos níveis de Fe sendo rara sua
deficiência.
Animais jovens na fase de aleitamento podem apresentar uma
anemia hipocrômicamicrocítica, principalmente quando ocorre
em conjunto alta infestação por vermes e carrapatos.
COBRE (Cu)
O Cobre atua junto com o ferro na síntese de hemoglobina,
participa da absorção do Fe no intestino delgado.
Está ligado à síntese da camada de mielina que recobre o sistema nervoso
central.
É necessário para pigmentação normal da pele e dos pêlos.
Os principais sintomas da deficiência de Cu são relatados como desordens
nervosas, pele e pêlos despigmentados, diarreias, queda
na produção de leite e da fertilidade.
As pastagens geralmente são pobres neste mineral. No Brasil
Central temos constatado níveis de 5 a 8 ppm de Cu na
matéria seca enquanto que o normal deveria ser de 10 ppm.
MANGANÊS (Mn)
O Manganês é de grande importância para manutenção dos
órgãos reprodutivos dos machos e fêmeas, participa
como cofator de várias enzimas envolvidas no metabolismo de carboidratos
e lipídeos.
Em geral, as pastagens apresentam níveis satisfatórios de Mn.
A deficiência pode aparecer em regiões com altos níveis de
Ca no solo.
Em dietas ricas em Ca e P aumenta a exigência em Mn, constatou
a deficiência de Mn em várias regiões do Brasil, principalmente
no Mato Grosso.
Nestas regiõesanimais deficientes apresentam problemas reprodutivos, desenvolvimento retardado
e deformação dos membros posteriores de bezerros recém-nascidos.
IODO ( I )
A maior parte do Iodo é encontrado na glândula tiroide para
formação da tiroxina e triodotiroxina, estes hormônios atuam na termorregulação, na reprodução,
no crescimento e desenvolvimento animal, incluindo a
fase fetal, na circulação e na função muscular.
A deficiência de Iodo provoca uma hipertrofia da tireoide
conhecida como bócio endêmico ou papeira.
O aumento da glândula ocorre devido à tentativa de produzir
os hormônios na ausência de Iodo.
Animais recém-nascidos de vacas deficientes podem apresentar o bócio, além da incidência de
natimortos mal formados e sem pelagem.
As fêmeas em reprodução apresentam anestro e
os machos perda da libido.
SELÊNIO (Se)
Os sintomas de intoxicação por se aparecem em bovinos
quando consomem forragem com 4.000 ppm de se na
matéria seca e são relatados como atordoação, rigidez das articulações, perda de pêlos e de formações
nas unhas.
A deficiência de se provoca a doença do músculo branco. Além
desta doença, provoca também aumento nos índices de
retenção de placenta, caquexia. Diarréia, redução no crescimento
e problemas reprodutivos.
CROMO (Cr)
O Cromo tem como suas principais funções ser um mineral
antiestresse e regular os níveis de insulina hormônio produzido
pelo pâncreas) no sangue, que controla a taxa de açúcar na circulação.
O Animal tem como sintomas de deficiência de Cromo a redução
do desenvolvimento após a desmama, transporte e castração, e em
casos de animais de pêlos escuros o stress térmico,
diminui a produção de carne e leite pelos animais e falhas na
reprodução.
Estas questões são resumo de livros, internet e parte da
minha experiência vivida a campo.
O correto é procurar um especialista em nutrição animal para
ter maior conhecimento e fazer
o uso dos minerais nos animais conforme a categoria e apidão dos animais.
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