Recria de novilhas e engorda de bovinos de corte

 

Gado de corte Recria de novilhas:

A recria de novilhas de gado de corte é uma fase essencial na pecuária bovina, focada no desenvolvimento das fêmeas após a desmama até atingirem a idade reprodutiva.

O objetivo principal é garantir ganho de peso adequado, desenvolvimento reprodutivo eficiente e adaptação ao sistema de produção. Se compra os animais com idade acima de 6 meses e os mesmos vão crescendo até atingir 15 meses idade mínima mais o peso do animal.

Temos que analisar o peso conforme o tipo da raça: normalmente novilhas com 340 kg podem ser inseminadas ou emprenhadas por touro e vão atingir o peso quando vacas com 550 kg aos 24 meses de idade.

Para ter uma melhor informação pelo tamanho da raça: os zebuínos têm a puberdade mais adiante 20 meses para frente. Ex: nelore, tabapuã, gír, sindi.

O gado europeu puro ou cruzado com zebuínos tem a puberdade com 15 – 18 meses. Ex: Angus e aberden angus, devon, hererford raças puras europeia. Raças cruzadas: canchin, senepol (cruzamentos entre raças).

Mas pode acontecer de alguns animais não ter a qualidade para ser futuras vacas e neste caso toma decisão de engordar e terminação para abate.

Na minha região a fase da recria dificilmente existe uma propriedade para este fim, normalmente se faz o trabalho das novilhas e dos machos inteiros ou castradas, e em um certo momento pode-se retirar as fêmeas para reprodução.

Principais aspectos da recria de novilhas de corte:

1. Seleção das Novilhas:

  • Escolher animais com bom ganho genético, desenvolvimento corporal adequado e boas características maternais.
  • Evitar novilhas muito pequenas ou com problemas de conformação.

As pastagens, manejo dos animais são iguais para as fêmeas e os machos.

Propriedade com engorda de bovinos:

São bezerros com idade acima de 6 meses, peso acima de 200 kg comprados das propriedades que possuem as vacas:

A engorda de bovinos em pastagens é um sistema de produção no qual o gado ganha peso principalmente consumindo forragem natural ou cultivada. Esse método é amplamente utilizado devido ao seu menor custo em comparação com a engorda em

confinamento. O sucesso desse sistema depende de fatores como a qualidade do pasto, manejo das pastagens e manejo dos animais.

Os bovinos permanecem nessa propriedade possivelmente por 16 meses, quando atingem 22 - 24 meses com 440 - 450 kg até momento que podem irem diretamente para o frigorifico ou podem irem para o confinamento por um período de 60 – 90 dias para ganhar mais peso e acabamento de carcaça.

Principais aspectos da engorda de bovinos em pastagens:

 Compra dos animais:

Comprar animais com tamanho uniforme e peso próximo, temperamento mais calmo (animais agressivos tem maior dificuldade de ganhar peso);

Quando se comprar macho e fêmeas juntos, o ideal é castrar os machos para deixar junto das fêmeas. Ou deixar machos somente com machos. Os machos podem cobrir as fêmeas. Os machos inteiro com o tempo podem se tornar agressivos.

Procurar comprar animais em maior quantidade possível de uma única propriedade, devido que os mesmos tem o mesmo temperado, nasceram, criados com o mesmo manejo, mesma alimentação e uso de medicamentos. Isso facilita muito o manejo

dos animais na engorda.

1. Escolha da Pastagem:

As pastagens muito dependem do clima, tipo da terra, terreno plano ou não, umidade e a presença de pedras. 

A escolha do tipo de pasto é fundamental para garantir um bom desempenho do rebanho. Algumas das gramíneas mais utilizadas no Brasil incluem:

Pastagem perenes:

  • Brachiarias em geral boa parte do Brasil existe as diferentes espécies.  Brachiraria Brizanta, decubens, ruziniense, humidicola; 
  • Panicum maximum:  monbaça, tanzânia, massai, zuri e colonião;
  • Capim elefante e suas variedades: Brs capiaçu, Napier, Cameron, pioneiro;
  • Tifton 85;
  • Jigs;
  • Missioneira gigante e  
  • Cana de açúcar

Para as regiões do sul do Brasil temos as perenes de inverno: trevo branco, trevo vermelho, cornichão.

Pastagens anuais de verão: milho, milheto, aveia de verão, sorgo forrageiro, dente de burro.

Pastagens anuais de inverno: aveia preta, aveia crioula, azevém, centeio, ervilhaca, trigo duplo propósito

2. Manejo do Pastagem

  • Rotacionado: Divida-se a área em piquetes onde os animais vão circular em cada local por um período de 4 – 5 dias. Isso faz com que a pastagem volta a crescer em um tamanho ideal para consumo. 
  • Continuo:O gado permanece todo tempo no mesmo local. Não permite que a pastagem possa crescer, dificultando o desenvolvimento das pastagens e futuramente do animal.

3. Suplementação Nutricional:

Mesmo em sistemas de pastagem, a suplementação pode ser necessária para corrigir deficiências.

  • Sal mineral – ideal para suprir a deficiência de sódio, cloro e iodo no pasto.
  • Sal ProteinadoSuplemento mineral enriquecido com fontes de proteína verdadeira (farelo de soja, por exemplo) que maximiza os resultados.

4. Estratégias de Engorda:

  • Uso de suplementação estratégica: Normalmente no outono, a partir do mês de março começa a dimuir a temperatura e as pastagens vão dimuindo o crescimento. O plantio de gramíneas na primeva, para produção de silagem, feno e pré-secado. 
  • Uma boa alternativa. Como também no inverno fazer feno, pré-secado e silagem de aveia, azevém, trigo.  
  •  

·         O uso de Milho desintegrado com palha e sabugo (MDPS): Alimento muito interessante, pelo custo benefício, espiga inteira, palha e sabugo, moída na forrageira; o que diminui a necessidade de volumoso. Possui valores de 7,50 % PB, 35 % FDN, 68  % NDT.

·         Se adiciona sal branco, sal proteinado para melhorar o desempenho dos animais.

·          

Foto abaixo do próprio autor




Foto retirada do site https://br.vazlon.com/compro-milho-seco-em-espiga-fazer-rolao#!

Em propriedade de gado de corte, muitos produtores não fazem silagem na propriedade, a foto acima é uma sugestão ou alternativa o que pode ser usado para em momentos em que a falta de pastagem para os bovinos.

Não se pode depender exclusivamente deste produto. Usar piqueteamento correto, análise de solo periodicamente, adubação, venda de animais de engorda, são estratégias utilizados para manter uma quantidade de animais na propriedade de acordo com a

área de pastagem.

Oque algumas propriedades fazem é pastagem somente com sal mineral

Já outras propriedades: pastagem, sal mineral e ração

Uma terceira situação Pastagem, sal mineral, silagem, pré secado e feno.  

 

O plantio ou cultura do milheto, não é muito usado aqui na região, pode ser usado para realizar silagem ou para pastejo. Acredito que seja uma cultura bem interessante para se plantar após a colheita da silagem em janeiro. Temos três pontos interessantes:

1 Vamos evitar que a área de terra ficar sem uma cultura entre janeiro e março e começo de abril, isso evitar a erosão. 

2 Vamos evitar o vazio forrageiro do outono, as pastagens vão diminuindo a produção conforme tiver menos luminosidade e não se tem ainda uma cultura de inverno aveia ou azevém pronta para consumo, se plantar em final de janeiro até o final de março

podemos fazer o uso para pastejo dos animais.

3 Uma cultura que exige menor quantidade de água que o milho e temos uma boa fonte de energia nessa cultura.

 

5 Vantagens da Engorda em Pastagens:

Custo de produção menor que o confinamento devido que os animais podem buscar o próprio alimento na área onde estão colocados, não há restrição de espaço.

6 Desafios da Engorda em Pastagens:

Os animais entram na propriedade e temos o desafio de fazer os animais somente ganharem peso, não se pode perder peso durante este período. Mesmo que o ganho seja menor em algum momento, mas importante é fazer ganhar peso.

Animais que perdem peso, não vão conseguir sair junto aos outros para serem abatidos. Os mesmos vão aumentar o custo do trabalho, oque normalmente acontece é ficarem para serem vendidos com outro lote.

O ganho pode ser entre 0,4 a 0,7 kg/dia somente com pastagem, podem ganhar mais peso de 0,7 a 1,0 kg/dia com uma certa suplementação descrita acima.

O que normalmente acontece é de animais ganharem peso no verão e no inverno perder o peso, teoricamente o trabalho foi jogado fora.

 

7 Controle de Parasitas

Verminoses e infestações por carrapatos podem comprometer o desempenho dos animais, exigindo controle sanitário.

O controle de vermes deve acontecer a cada 90 dias, seja para parasitas externo: moscas, carrapatos ou Internos:

O controle parasitário em bovinos de engorda é essencial para garantir o ganho de peso eficiente, a saúde dos animais e a rentabilidade da atividade pecuária.

Controle de Ectoparasitas (parasitas externos)

Carrapatos (Rhipicephalus microplus)

  • Rotação de princípios ativos para evitar resistência
  • Uso de controle biológico,
  • Banhos carrapaticidas e controle estratégico baseado na sazonalidade.

Mosca-dos-chifres (Haematobia irritans)

  • Aplicação de inseticidas pour-on ou em iscas;
  • Uso de coletores de moscas;
  • Introdução de inimigos naturais

Berna (Dermatobia hominis)

  • Redução do contato com vetores, como a mosca-varejeira

Controle de Endoparasitas (parasitas internos) .

Vermes gastrointestinais e pulmonares

  • Uso estratégico de vermífugos em certos momentos mais adequados
  • Rodízio de princípios ativos para evitar resistência.
  • Manejo de pastagens para reduzir contaminação (pastejo rotacionado, lotação alternada)

Estratégias Integradas

  • Suplementação nutricional
  • Ambientes limpos e manejo adequados do esterco para reduzir a população das moscas.

  8 Vacinação

A vacinação de bovinos em engorda é fundamental para garantir a sanidade do rebanho, prevenir doenças e evitar prejuízos econômicos. O protocolo de vacinação pode variar conforme a região, o manejo adotado e as exigências sanitárias locais.

·         No estado de Santa Catarina, não tem mais a necessidade de vacinação contra Febre Aftosa desde o ano de 2000.

·         Clostridioses (Carbúnculo Sintomático, Tétano, Gangrena Gasosa, Enterotoxemia) – Uso de vacina polivalente contra Clostridium spp. 

          Em algumas regiões dentro do estado de Santa Catarina há necessidade de vacinação contra a raiva (regiões endêmicas). 






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