Melhoramento de pastagens nativas
Campo nativo no sul do Brasil é a vegetação natural que predomina por gramíneas e plantas
herbáceas, podendo também ter arbustos. É a base da pecuária bovina na
região.
É uma vegetação nativa no estágio primário, ou seja, que nunca foi suprida para uso alternativo
do solo. É o ecossistema mais antigo do Sul do Brasil .
Foto retirada do
site: https://ibem.bio.br/campo-nativo-garante-producao-sustentavel/
A baixa produtividade do campo nativo (pastagens naturais) é devida a vários fatores,
entre os quais estão a insuficiente fertilidade natural dos solos, a topografia acidentada e a
composição florística, constituída aproximadamente por 25% de espéciesde ciclo hibernal e
75% de estival.
As espécies estivais são crestadas anualmente por geadas ou ventos gelados
de altitude que provocam vários meses de autofagia dos rebanhos nos meses mais frios,
por deficiência alimentar nesses períodos críticos.
Esse é o principal motivo dos baixos indicadores zootécnicos da pecuária com base
em pastagens naturais.
Essa baixa produtividade não se justifica perante algumas vertentes da
sustentabilidade, ou seja, técnica, social, econômica e espacial (poucos habitantes em áreas
extensas em algumas regiões). Assim, os produtores, a grande maioria pecuaristas
familiares, ficam sujeitos a diversos tipos de pressão e muitos deixam a atividade ou
substituem os campos por outras culturas que muitas vezes resultam em insucessos, até
porque abandonam a sua vocação histórica e cultural, que é a pecuária, estabelecida há
aproximadamente três séculos no Planalto Sul Brasileiro.
Thomé et al. (1999), citados por Prestes & Córdova (2010), argumentam que os solos do
Planalto Sul de SC apresentam “sérias restrições aos cultivos convencionais, como: baixa
fertilidade natural, acidez
elevada, presença de alumínio, relevo acidentado,
pedregosidade e afloramento de rocha”. Por esses motivos, a supressão dos campos
naturais não será total, permanecendo as áreas onde não
há possibilidade de mecanização.
Partes do texto retirado da
revista Agropecuária Catarinense Vol. 34, nº 3, set/dez. 2021.
Eu resido na em Xaxim, oeste de Santa Catarina, onde o frio não é tão intenso como é
na região meio oeste Campos novos e Curitibanos ou na serra que o frio é bem mais intenso
como em Lages e São Joaquim. Onde o uso de pastagens do clima temperado é mais usado.
As cultivares mais usadas aqui para melhorar o campo nativo são trevos branco, vermelho,
amendoin forrageiro e
missioneira gigante.
Os trevos como são plantas de clima temperado podem ser usados na região e serem
implantados a partir do mês de abril e utilizados no mesmo ano durante o inverno. Como são
plantas que vão
se adaptar quando chegar o verão precisa dar uma segurada
no pastejo e na lotação, caso
contrario podem ir se acabando com o tempo.
Para os trevos o plantio é realizado por sementes:
- A quantidade de semente a
ser usada é de 2 kg por hectare
- O pastejo deve iniciar quando as plantas estiverem com 20 a 30 cm de altura, deixando
- um resíduo
de 7 a 10 cm
- A profundidade de implantação é
de 0,5 a 1 cm
Introdução de Trevo Vermelho
Foto retirado do site: https://www.embrapa.br/busca-de-imagens/-/midia/3465001/melhoramento-do-campo-nativo-pela-fertilizacao-e-introducao-de-especies-forrageiras.
O Cultivo do Amendoin forrageiro está sendo lento na região, falta divulgação de trabalho
que é uma alternativa interessante para o melhoramento das pastagens nativas.
O plantio pode ser realizado por sementes e por mudas, depende da variedade a ser
escolhida, na minha região
só conheço plantio por mudas.
O ideal é fazer um buraco com madeira onde possui uma formação de esterco fresco e
colocar a muda no meio. Enquanto estiver com umidade e cheiro os animais não vão chegar
e a planta vai se desenvolver devagar, a mesma vai um longo período de 6 a 8 meses para
se desenvolver. O ideal que tivesse uma area onde não entrasse animais que
no caso o processo
pode ser mais rápido.
Foto do autor:
Já a missioneira Gigante é de cultivo do verão que aguenta no inverno na região, mas não o
frio rigoroso da região da serra que a mesma é sapecada pela geada quase a ponto de
morte, adormece e quando começar a primavera ela volta a crescer.
Fotos do autor: pós inverno:
madeira onde possui uma formação de esterco fresco e colocar a muda no meio. Enquanto
estiver com umidade e cheiro os animais não vão chegar e a planta vai
se desenvolver devagar, a mesma vai um longo período de 6 a 8 meses para se desenvolver.
O ideal que tivesse uma area onde não entrasse animais que no caso o processo pode ser
mais
rápido.
Missioneira Gigante
Foto retirado da revista: https://digital.baldebranco.com.br/missioneira-gigante-adaptavel-resistente-e-com-boa-tolerancia-a-local-sombreado/
O melhoramento de pastagens é uma prática essencial na pecuária, pois visa aumentar a
produtividade, a qualidade da forragem e a sustentabilidade do sistema de produção.
Aqui estão
algumas estratégias e práticas comuns para o melhoramento de pastagens:
O objetivo da introdução de espécies de estação fria em pastagens nativas é atenuar a
flutuação estacional da oferta de alimentos, para reduzir ou até eliminar os prejuízos
provocados durante o período
outono--inverno. É uma técnica muito pouco difundida
no Planalto Catarinense apesar de existirem inúmeros trabalhos de pesquisa em condições
semelhantes no Rio Grande do Sul, Uruguai, Argentina, Estados Unidos, Austrália e Nova
Zelândia, que confirmam a
viabilidade e mesmo a sua recomendação .
Ensaios experimentais e estudos desses autores, além de outros, comprovaram o aumento
na produção de matéria seca (MS), a melhor distribuição dessa produção ao longo do ano e
a melhoria da qualidade nutricional das pastagens melhoradas,
principalmente quanto ao teor de proteína bruta (PB) e à digestibilidade. Um dos programas
de melhoramento de pastagens naturais de maior relevância, por sua dimensão de
abrangência territorial, com 4,5 milhões de hectares, foi o realizado nas áreasmontanhosas
da Nova Zelândia.
A introdução de espécies, como alternativa para melhorar a produtividade dos campos
naturais, reveste-se de importância por diversas razões: manutenção da estrutura física do
solo, preservação das espécies
nativas e baixos custos (Barreto et al., 1978).
Com o melhoramento das pastagens vanos evitar o Boi sanfona:
O gado ganha peso no verão e perde peso no outorno e inverno e volta a ganhar peso no verão. isso
custa muito caro e faz o produtor perder dinheiro, quando não perde os animais, seja de engorda, ou
uma vaca recem parida ou um bezerro que nasceu muito pequeno e a vaca não possui leite adequado
para a sua cria e para ela se manter . Além do uso de medicamentos e o chamado de um profissional
Médico Veterinário para tentar salvar os animais.
Através de observações práticas em sua propriedade, Jacques (1995), em André da Rocha,
RS, constatou melhoria acentuada na fertilidade do solo, pelo aumento dos níveis de matéria orgânica
(MO), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) ediminuição da acidez, com a
neutralização do alumínio tóxico.
Esta mudança certamente é resultado da introdução de espécies, principalmente leguminosas, que
necessitam da adição de corretivos e fertilizantes, juntamente com a subdivisão, o pastejo
rotativo e o diferi mento, que permitiram dobrar a
capacidade de suporte da propriedade.
Partes do texto retirado: CÓRDOVA, U. de A.; PRESTES, N.E.; SANTOS, O.V. dos; ZARDO,
V.F. Melhoramento e manejo de pastagens natu rais no planalto catarinense. Florianópolis,
2004. 274p. Pastagem natural; Melhoramento
vegetal; Manejo de pasta gem; Campo natural
Informações importantes:
Seleção de Espécies Forrageiras
- Espécies Adaptadas: Escolher espécies de gramíneas e leguminosas que sejam bem
adaptadas às condições climáticas e do
solo da região.
- Misturas de Forrageiras: Utilizar misturas de diferentes espécies pode aumentar a
diversidade e a resiliência da pastagem.
Correção do Solo
- Análise de Solo: Realizar análises de solo para determinar a fertilidade e as necessidades
de correção.
- Aplicação de Fertilizantes: Aplicar fertilizantes e corretivos, como calcário, para ajustar o pH
e fornecer nutrientes
essenciais.
Manejo da Pastagem
- Rotação de Pastagens: Implementar um sistema de rotação de pastagens para permitir a
recuperação do solo e das plantas.
- Controle de Pastejo: Monitorar a carga animal
e o tempo de pastejo para evitar o
sobrepastoreio, que pode degradar a
pastagem.
Revegetação
- Replantio: Em áreas degradadas, pode ser necessário replantar espécies forrageiras para
restaurar a pastagem.
- Uso de Sementes de Qualidade: Utilizar
sementes de alta qualidade e com boa taxa de
germinação.
Manejo da Água
- Irrigação: Em regiões secas, a irrigação pode
ser uma opção para manter a produtividade
das pastagens.
- Conservação de Água: Implementar práticas de
conservação de água, como a construção
de barragens ou cisternas.
Integração com Outras Atividades
- Integração Lavoura-Pecuária: Combinar a
produção de grãos com a criação de gado pode
melhorar a eficiência do uso da terra e aumentar a rentabilidade.
- Agroflorestas: Integrar árvores e arbustos nas
pastagens pode proporcionar sombra e forragem adicional.
Monitoramento e Avaliação
- Avaliação Contínua: Monitorar a produtividade
e a qualidade da pastagem regularmente
para ajustar as práticas de manejo conforme necessário.
- Uso de Tecnologia: Utilizar tecnologias, como
drones e sensores, para monitorar a saúde
das pastagens e a distribuição de
nutrientes.
O melhoramento de pastagens é um processo
contínuo que requer planejamento e
adaptação às condições locais. Implementar essas práticas pode resultar em pastagens mais
produtivas e sustentáveis,
beneficiando tanto a produção animal quanto o meio ambiente.
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